A praia e o mergulho seguros
Temos constatado que os acidentes no mar são causados nunca por um só motivo, mas por um somatório de erros. Quase em sua maioria é erro humano, por desconhecimento das regras de segurança no mar e, principalmente, nas proximidades de terra e praia, por má avaliação das circunstâncias do momento, por imprudência, incompetência e arrogância. Estas são as principais causas. Algumas outras podem ser imputadas ao álcool, a avaria da embarcação e até ao estado do mar.
Por falta de regras para evitar abalroamento no mar certamente não é, mas sim pelo desconhecimento delas ou a desobediência em seu cumprimento. A existência de áreas seletivas que delimitam aonde uma embarcação pode ir reza que não se pode navegar com embarcação a motor a menos de 200 metros da linha base da praia, de modo a permitir que os banhistas ali permaneçam. Outra regra que, se for seguida à risca, dará mais tranqüilidade para os banhistas, e por que não, também para as embarcações é a que permite que elas possam aproximar até a praia para um fundeio, por exemplo, mas terá que o fazer com velocidade menor do que 3 nós, o equivalente a 5,6 quilômetros por hora.
O porquê não falar sobre outro acidente que vez por outra ocorre e que, torno a dizer, é quase sempre conseqüência da não observância das regras que é, literalmente, o “atropelamento” de mergulhador. A poucas semanas perdemos um grande conhecedor dos pesqueiros de Angra, mergulhador experiente e que deixou muitos amigos.
Cabe aqui deixar claro que não se deve mergulhar sem ter, no mínimo, outro companheiro – o que ocorreu no fato acima relatado – além de marcar a posição em torno da qual irá mergulhar com uma bandeira fixada em uma bóia de modo a ser visível para qualquer embarcação que se aproxime. Esta bandeira poderá ser a bandeira ALFA que é branca ao lado do mastro e azul com um corte em “V” do lado oposto ao mastro. Pode-se usar também a bandeira “diver down” que é encarnada com uma lista branca diagonal iniciando no tope do mastro. As duas significam: mergulhador na água, mantenha-se afastado.
Mas só esta ação não será suficiente se os Comandantes das embarcações forem incapazes de ver esta bandeira por não utilizar um ensinamento que se torna repetitivo, em todos os cursos e treinamentos para marinheiros, e que enfatiza que nada substitui o nosso poder de observação – visual durante o dia e por intermédio do auxílio do radar, se for à noite.
O conhecimento das regras, aliada é uma constante observação do que se passa no entorno de nossa navegação, com ênfase especial à proa, há de manter vidas em alegria e usufruindo de toda a harmonia e beleza que o mar nos proporciona.
