AS POSSIBILIDADE DE EMPREGO DO RADAR. 

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AS POSSIBILIDADE DE EMPREGO DO RADAR. 

Em patrulha pela costa do nordeste, indo de Natal para Fortaleza, passei o serviço ao Imediato. Mostrei a posição radar, os pontos que marquei e o rumo e velocidade de modo a chegar às 5 horas a uma posição 3 milhas a leste de um determinado cabo. Eram 2 horas da madrugada e fui dormir. Mal eu tinha dormido e, sem saber por que, acordei com a certeza de que deveria ir ao passadiço. Lá chegando o Imediato disse-me, com toda a cautela, que a minha posição não estava correta, e, eufórico, mostrou-me a posição que ele obteve e disse ter guinado 30 graus para bombordo, portanto, fechando para terra.  Olhei a carta, a posição por ele obtida e a nova estima usando o rumo para o qual ele havia guinado. Calmamente ordenei ao timoneiro guinar para boreste e dei-lhe um rumo de governo 45 graus a mais do que aquele que estávamos navegando. Então, perguntei quais os pontos que ele tinha tirado as distâncias. Ele mostrou-me pontos da praia. Acontece que, na costa baixa do nordeste e navegando distante a ela, nem sempre os pontos e contornos obtidos pelo radar são os da praia, mas sim de dunas mais afastadas, bem mais altas. Deste modo, a falta de prática em navegar no nordeste e do uso do radar levou-o a marcar as distâncias das dunas mais afastadas e plota-las na carta como se fossem pontos na praia. Portanto, para ele nós estávamos mais longe da praia e por isso fechou o rumo. Se persistíssemos no rumo anterior sem dúvida – próximo ao amanhecer – poderíamos ter encalhado, se antes, meu imediato não morresse de susto ou não tivesse tempo de safar-se da praia guinando em direção ao mar.

Aproveitando a narrativa vamos conhecer um pouco do emprego do radar e de suas limitações:

– Como a terra é redonda e o feixe radar é irradiado essencialmente para a linha do horizonte o seu alcance máximo dependerá da altura em que a antena está localizada em seu barco e da altura do mastro, se for o alvo outra embarcação, ou de um morro ou penhasco, por exemplo. Quanto maiores estas alturas, maior será o alcance radar. As embarcações com a antena radar, por exemplo, 3 metros de altura, alcançarão um alvo de 3 metros de altura a 7,7 milhas e, se o alvo tiver 10 metros de altura, o veremos a 10,9 milhas. Já um morro, como o Corcovado (1572 m de altura) poderá ter retorno do seu cume a uma distância do seu barco de 92 milhas.

– o eco radar para retornar depende, além da altura, do material que é feito o alvo e de sua posição em relação à nossa embarcação. Os alvos de metal refletem melhor do que os de madeira, e, portanto, apresentam maiores alvos. Um alvo de proa para nós tem menor retorno e, portanto, apresenta um eco menor do que um mostrando o través.

O radar sofre efeitos da chuva – que se transformam em incontáveis pequenos alvos que continuamente mudam de tamanho, posição e intensidade.  O estado do mar e interferências de outro radar podem ofuscar o eco e dificultar a real percepção dos mesmos.. Para minimizar estes efeitos existem controles a serem usados no radar.

Para estar certo de que você sabe operar o radar é preciso não só ter o conhecimento teórico, mas, principalmente, estudá-lo na prática. Use-o durante o dia e em qualquer situação para que, quando necessitar dele, irá saber como.

Navegue bem às escuras e não confunda os alvos radares.

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